No último mês de novembro, o Rio de Janeiro foi a cidade convidada do Smart City Expo em Barcelona, uma chance de compartilharmos nossas experiências à frente de uma das metrópoles mais desafiadoras e incríveis do mundo, ao mesmo tempo em que pudemos aprender com casos de sucesso de todo o planeta. Esse tipo de oportunidade não é banal.
A Organização das Nações Unidas estima que 70% da população mundial viverão em cidades até 2050. Na América Latina, esse percentual já atinge a marca dos 80%. Essa concentração gera desafios diários colossais. Para enfrentá-los, prefeitos ao redor do mundo estão empenhados em converter seus municípios em cidades inteligentes.
No que diz respeito ao Rio, dois pilares sustentam esse esforço. O primeiro é o uso da tecnologia a serviço do cidadão. O Centro de Operações Rio é o maior exemplo disso. Desde 2010, ele monitora a cidade 24 horas por dia, 7 dias por semana, cuidando de transporte público, trânsito, previsão climática, defesa civil e assim por diante.
Nosso segundo pilar é a construção de parcerias com outras metrópoles para trocar experiências e promover mudanças em conjunto. Nesse sentido, se destaca a C40, a rede das maiores cidades do planeta - como Londres, Berlim e Tóquio - em um esforço para promover a redução das emissões de carbono e fortalecer a resiliência urbana. Desde dezembro, tenho a honra de presidir esse grupo, sucedendo o ex-prefeito de Nova York, Michael Bloomberg.
O Rio ter sido eleito World Smart City em novembro em Barcelona e estarmos à frente da C40 são fortes indícios de que estamos no caminho certo, de que estamos nos tornando mais eficientes no enfrentamento de nossos desafios. Agora encaramos uma nova missão: a de construir um terceiro pilar. Cidades inteligentes são aquelas em que a população participa da tomada de decisões e da busca por soluções, talvez o seu grande desafio. Queremos abrir ainda mais as nossas informações para que todos possam ajudar o Rio a melhorar.
Eduardo Paes
prefeito do Rio de Janeiro